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domingo, 2 de abril de 2017

Saúde: Emanuela Alves fala sobre o DIA MUNDIAL DE CONSCIENTIZAÇÃO DO AUTISMO.

A partir do último Manual de Saúde Mental – DSM-5, que é um guia de classificação diagnóstica, o Autismo e todos os distúrbios, incluindo o transtorno autista, transtorno desintegrativo da infância, transtorno generalizado do desenvolvimento não-especificado (PDD-NOS) e Síndrome de Asperger, fundiram-se em um único diagnóstico chamado Transtornos do Espectro Autista – TEA.
O TEA é uma condição geral para um grupo de desordens complexas do desenvolvimento do cérebro, antes, durante ou logo após o nascimento. Esses distúrbios se caracterizam pela dificuldade na comunicação social e comportamentos repetitivos. Embora todas as pessoas com TEA partilhem essas dificuldades, o seu estado irá afetá-las com intensidades diferentes. Assim, essas diferenças podem existir desde o nascimento e serem óbvias para todos; ou podem ser mais sutis e tornarem-se mais visíveis ao longo do desenvolvimento. O TEA pode ser associado com deficiência intelectual, dificuldades de coordenação motora e de atenção e, às vezes, as pessoas com autismo têm problemas de saúde física, tais como sono e distúrbios gastrointestinais e podem apresentar outras condições como síndrome de deficit de atenção e hiperatividade, dislexia ou dispraxia. 
Na adolescência podem desenvolver ansiedade e depressão. Algumas pessoas com TEA podem ter dificuldades de aprendizagem em diversos estágios da vida, desde estudar na escola, até aprender atividades da vida diária, como, por exemplo, tomar banho ou preparar a própria refeição. Algumas poderão levar uma vida relativamente “normal”, enquanto outras poderão precisar de apoio especializado ao longo de toda a vida. O autismo é uma condição permanente, a criança nasce com autismo e torna-se um adulto com autismo. As pessoas com autismo podem ter alguma forma de sensibilidade sensorial. Isto pode ocorrer em um ou em mais dos cinco sentidos – visão, audição, olfato, tato e paladar – que podem ser mais ou menos intensificados. Por exemplo, uma pessoa com autismo pode achar determinados sons de fundo, que outras pessoas ignorariam, insuportavelmente barulhentos. Isto pode causar ansiedade ou mesmo dor física. Alguns indivíduos que são sub sensíveis podem não sentir dor ou temperaturas extremas. Algumas podem balançar rodar ou agitar as mãos para criar sensação, ou para ajudar com o balanço e postura ou para lidar com o stress ou ainda, para demonstrar alegria.
As pessoas com sensibilidade sensorial podem ter mais dificuldade no conhecimento adequado de seu próprio corpo. Consciência corporal é a forma como o corpo se comunica consigo mesmo ou com o meio. Um bom desenvolvimento do esquema corporal pressupõe uma boa evolução da motricidade, das percepções espaciais e temporais, e da afetividade. As pessoas com Transtornos do Espectro Autista podem se em habilidades visuais, música, arte e matemática.
"Várias instituições de Saúde e Educação vêm promovendo esclarecimentos e informações diversas sobre esta doença a fim de que as pessoas conheçam suas características e buscam ajuda profissional pata diagnóstico e intervenção precoces."

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Emanuela Alves: Fonoaudióloga; Doutorada em Neurociência pela UFRN-RN; Especialista em Neonatologia pela UNIFOR-CE; Especialista Oncologia Fonoaudiológica pelo A.C.Camargo-SP.


quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Dicas de Saúde, com Dra. Emanuela Alves: Dia nacional de prevenção e combate a surdez

No dia 10 de novembro, no Brasil, é comemorado o Dia de prevenção e combate a surdez, buscando a conscientização das pessoas sobre a importância do cuidado com a saúde auditiva. De acordo com os registros da OMS, cerca de 400 milhões de pessoas o mundo sofrem de perda auditiva, sendo que dessas, 38% estão acima dos 65 anos e 8% tem até 15 anos.A perda auditiva, também chamada de surdez, é uma das deficiências mais comuns, estimando-se que 10 milhões de brasileiros tenham algum tipo de deficiência auditiva e que a cada mil recém-nascido, três já nascem com perda auditiva.

As causas da surdez podem estar relacionadas a diversos fatores como genéticos, ambientais ou provenientes do envelhecimento; doenças como meningite e rubéola também constituem-se como fatores potenciais para o desencadeamento das perdas auditivas na infância, estando a criança predisposta à déficits de estímulos indispensáveis para o seu desenvolvimento de aprendizagem, de comunicação e de socialização.

Ainda é importante citar que a poluição sonora nas ruas, as vozes, os ruídos intensos no trabalho, fones de ouvidos, sons automotivos, buzinas, etc., também são fatores propensores ao desenvolvimento desta doença. 

Segundo a OMS a poluição sonora é considerada um dos problemas ambientais mais graves, estando em SEGUNDO LUGAR no ranking dos fatoresa poluentes, atrás somente da poluição das águas.

É importante sabermos que o som não deve ultrapassar so 70 dB, e que a intensidade sonora que ultrapassa os 85 dB já se torna uma ameaça à saúde e pode começar a comprometer a estrutura da audição, levando à surdez. Existe algumas dicas para cuidar da saúde auditiva, como por exemplo, a exigência do Teste da Orelhinha ao nascimento que irá detectar precocemente a existência de algum problema auditivo, o que nos permitirá uma intervenção precoce. Também podemos nos submeter a exames auditivos regulares - principalmente às pessoas que se expõe à ruídos - de forma regular com vista à promoção, também, de diagnóstico para intervenção precoce.

Outro fator importante a citar é que a alimentação rica em potássio também favorece a saúde auditiva, já que o potássio é um mineral que promove a transmissão de impulsos nervosos e que pode influenciar na transmissão do som. Em casos de surdez diagnosticada, alternativas como aparelho auditivos (AASI) e implante coclear promovem a recuperação da audição a partir da submissão do paciente a adequada seleção/implantação/adaptação do procedimento escolhido.

Estes métodos, a partir do reestabelecimento da audição, promovem a redução do risco de isolamento social e oferece benefícios que estão muito além da reabilitação auditiva. Inúmeros estudos publicados nos últimos anos comprovam os danos ao funcionamento cerebral causado pela perda da audição. Independente do tipo e intensidade da perda audiitva, mesmo que mínimo, se não for tratado aumentam a chance de se remodelarem as conexões neuronais ou mesmo a diminuição da massa cerebral, com maior predisposição à doenças demenciais. Portante, se você têm alguma queixa com relação à audição, procure um Fonoaudiólogo e realize uma audiometria, exame simples, rápido e sem riscos que irá avaliar sua condição auditiva.

Existem ainda outros exames mais complexos que poderão proporcionar um diagnóstico mais detalhado, e que serão solicitados de acordo com a história clínica, presença de sintomas, hereditariedade, dentre outros fatores. 

Cuida da sua saúde auditiva. 
Procure um Fonoaudiólogo.

Emanuela Alves: Fonoaudióloga; Doutorada em Neurociência pela UFRN-RN; Especialista em Neonatologia pela UNIFOR-CE; Especialista Oncologia Fonoaudiológica pelo A.C.Camargo-SP.


segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Dicas de Saúde: Drª. Emanuela fala sobre Outubro Rosa.

No mês de outubro as estratégias de promoção e prevenção estão voltadas ao CÂNCER DE MAMA, doença que ocupa o primeiro lugar no ranking das doenças que mais matam mulheres no Brasil e no mundo e é por esse motivo que traremos algumas informações importantes neste dia.

Este mês comemorativo foi instituído a partir de uma iniciativa dos EUA nos anos 90, que comemorava o período com desfiles e passeatas, levando informações e casos superados da doença a tratamentos por detecção precoce e é este o objetivo dos esforços voltados a este período.

Ações que vão desde a realização de mamografias, instrução para auto exame de mamas e até a iluminação de prédios públicos e privados com luzes cor de rosa, reportam esta data tão especial já que, de acordo com o INCA, até 95% dos casos detectados precocemente possuem efetividade e cura em seu tratamento, o que justifica todos os esforços voltados para este período.

É importante frisar que o câncer de mama também pode acometer homens, apenas do número reduzido de casos, sendo importante referir que o câncer de próstata - que será foco no NOVEMBRO AZUL - o que mais mata os homens.

Existem algumas práticas que podem evitar até 30% dos casos de câncer de mama, como por exemplo: prática de atividade física, alimentação saudável, controle do peso corporal adequado para idade e gênero, o ato de amamentar e, principalmente evitar o consumo de álcool e cigarros.

Dentre os principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer, que decorre de um acúmulo de erros que gera uma multiplicação celular exagerada estão: obesidade/sobrepeso na menopausa, sedentarismo, não ter filhos, 1° gestação após os 30 anos, etilismo, história familiar de câncer.

Dentre os principais sintomas presentes que podem sinalizar a presença do câncer estão: nódulo fixo, endurecido e indolor; pele da mama avermelhada, bico do seio retraído ou pele com aparência de casca de laranja; outras alterações no bico do seio; pequenos nódulos embauxi das axilas e no pescoço; saída espontânea de líquido dos mamilos.

É importante ressaltar que o autoexame deve ser realizado somente 10 dias antes e 10 dias após o período menstrual e que, deve-se procurar um profissional enfermeiro e/ou médico para receber as instruções adequadas sobre a forma correta de realização do autoexame.

Conheça seu corpo, observe possíveis alterações e procure um serviço de saúde porque a prevenção é o alvo por se constituir como a melhor possibilidade para se obter sucesso ao tratamento.

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Emanuela Alves: Fonoaudióloga; Doutorada em Neurociência pela UFRN-RN; Especialista em Neonatologia pela UNIFOR-CE; Especialista Oncologia Fonoaudiológica pelo A.C.Camargo-SP.

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Na Semana da Amamentação, Drª Emanuela Alves fala sobre aleitamento materno e a sustentabilidade.

De 1 a 7 de agosto comemora-se a SEMANA DA AMAMENTAÇÃO e trazemos algumas informações sobre esta prática que é tão salutar para mãe e o seu filho.

O leite materno, além de ser o alimento ideal para o recém-nascido, proporciona outros benefícios, que refletirão por toda a vida da criança, e da mãe, pois facilita o relacionamento entre ambos.

A Academia Americana de Pediatria afirma que a alimentação ao seio materno é recomendada para todos os recém nascidos de termo e para os de pré-termo vigorosos, porque é nutricialmente equilibrada e facilita um estreito relacionamento mãe-filho.

A mãe pode escolher a posição para amamentar, desde que o bebê esteja inteiramente de frente para ela e bem próximo, com a barriga encostada no seu corpo. É importante que os dois se sintam confortáveis. A posição de amamentar deitada é aceita, desde que o braço da mãe seja o suporte para apoiar o bebê e a outra mão ajude na pega do seio. Deve-se ter cuidado com o pescoço e com a coluna do bebê. A cabeça e a coluna precisam estar alinhadas.

A mãe deve aproximar a boca do bebê bem de frente ao seu peito. Para estimular o bebê a abrir bem a boca, deve-se tocar os lábios dele com o bico do peito. O lábio inferior do bebê deve ficar abaixo do bico do peito, para que ele possa abocanhar a aréola – área mais escura e arredondada do seio. O queixo do bebê precisa tocar o seio da mãe. O pai e outros familiares podem e devem apoiar no momento da amamentação, ajudando no que for possível, fazendo carinho no bebê, cantando músicas ou colocando-o para arrotar.

O aleitamento materno fortalece os músculos dos lábios, boca e língua, preparando esses órgãos para o aprendizado da fala. Para outras informações ou em casos de dificuldade ou impossibilidade para amamentar, deve-se procurar a ajuda de um fonoaudiólogo, na maternidade ou no posto de saúde mais próximo.

Não se improvisa um período de aleitamento. Quantas mulheres com vontade de amamentar tiveram de sustar o aleitamento após poucas semanas ou mesmo poucos dias, por causa de falta de informação, ou por causa de um médico, ou parente, que as desanimou ao primeiro obstáculo encontrado. É, portanto, muito importante informar-se bem e preparar-se adequadamente.

Embora a maioria dos profissionais da saúde sejam favoráveis ao aleitamento natural, por reconhecer seus benefícios e vantagens, poucos são os que orientam as gestantes no cuidado dos seios durante a gravidez. Se a fisiologia da lactação, as vantagens do aleitamento natural e cuidados básicos com os seios fossem ensinados a elas, teríamos muito mais mães amamentando seus filhos, pois reconheceriam que amamentar é mais do que alimentar; é um ato de amor. Assim, compartilhamos da opinião de MARTINS FILHO (1987) ao considerar que: “Achamos que a mulher, antes de ter necessidades de amamentar pela primeira vez, deve ter tido sempre informações objetivas sobre o que vai ocorrer e qual a melhor técnica que deve ser empregada para oferecer seu leite ao bebê! Alguns erros freqüentes de técnicas são praticados por mulheres que, tendo mamilos contraídos, virados para dentro, ou muito pequenos ou muito grandes, não foram adequadamente preparadas e nem orientadas para fazer exercícios adequados, a fim de prevenir tais problemas.”

Vemos o quanto a orientação pode ajudar as futuras mamães a amamentarem seus filhos sem tanto sofrimento e, às vezes, traumas, pois o preparo adequado dos seios, pouco ou nenhuma dor lhes trará No entanto, o que a maioria dos médicos orientam, é que as gestantes passem óleo de amêndoa durante a gravidez, deixando a pele mais sensível, vulnerável a rachaduras, até que a sucção do bebê se encarregue de endurecê-la, quando as mães agüentam, ou então que, devido a dor, se faça uso da mamadeira. Se a mãe não estiver preparada para amamentar, provavelmente, passará a fornecer alimentação artificial ao seu bebê, e então, além do aspecto econômico, da adaptação ao leite, outros problemas poderão surgir, como os de sucção, deglutição que, certamente deixarão seqüelas, além de se perderer oportunidades ótimas para um relacionamento mais estreito entre mãe e filho.

Neste contexto, acreditamos ser de fundamental importância a atuação do fonoaudilógo no acompanhamento do pré-natal, para complementar as orientações dadas por obstetras e/ou pediatras, nem sempre conscientes das conseqüências de uma sucção inadequada.

Emanuela Alves: Fonoaudióloga; Doutorada em Neurociência pela UFRN-RN; Especialista em Neonatologia pela UNIFOR-CE; Especialista Oncologia Fonoaudiológica pelo A.C.Camargo-SP.

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Dra. Emanuela fala sobre o DIA NACIONAL DA LUTA ANTIMANICOMIAL, comemorado neste quarta-feira.

Em meio a tantas reformas legais e administrativas discutidas em todo o país, há uma que passa quase despercebida pelos que não estão na mesa de debates: é a reforma no sistema de atendimento psiquiátrico brasileiro. Apesar de lenta, ela tem avançado, e interessa diretamente aos brasileiros que buscam auxílio na rede pública de saúde, podendo alterar radicalmente o sistema de atendimento.

Há dez anos, desde quando foi apresentado no Congresso o primeiro projeto prevendo reforma no sistema de saúde mental do país, parece consenso que essas mudanças são extremamente necessárias. Depois dessa primeira proposta, surgiram diversas outras e o próprio Ministério da Saúde já criou uma comissão com a exclusiva função de discutir a melhor maneira de realizar as mudanças.

O que se pretende é instituir um tratamento diferenciado às doenças mentais envolvendo desde surtos psicóticos até uso continuado de drogas haja vista e maioria do destinado dado a esses tratamentos ser comum, sem levar em consideração às condições particulares de cada caso. Aplicações clínicas que vão desde eletrochoques (poucos, mas AINDA utilizados) até o uso de drogas pesadas para 'controle' das crises, impedem a reabilitação para reintegração social desses indivíduos e isso é um problema muito grande. Por isso tem se avançado em busca se medidas que vão desde o fechando hospitais psiquiátricos, buscando-se a implantação de leitos psiquiátricos nos hospitais regulares até ciclos de capacitação profissional, a exemplo do CAMINHOS DO CUIDADO - programa do Ministério da Saúde, na tentativa de modificar está realidade e minimizar os efeitos devastadores que esse tratamento comum pode gerar na vida dos pacientes psiquiátricos como bem retrata o filme Bicho de Sete Cabeças, em que um usuário de drogas é internado em um hospital psiquiátrico após ser descoberto como usuário de drogas, uma internação forçada e que traz efeitos terríveis à vida do personagem interpretado por Rodrigo Santoro refletindo os efeitos devastadores de um atendimento/tratamento comum, sem critérios avaliativos efetivos. Vale a pena conferir.

Ainda há muito que se fazer, mas, a partir de informação podemos reivindicar os direitos dos nossos conhecidos amigos que têm doenças mentais na busca /luta por um tratamento/atendimento/reabilitação humanizados e dignos.

Defenda você também essa reforma para que haja dignidade e garantia de direitos a este cidadão, que também é um cidadão, apesar da sua limitação mental.

Por Fonoaudióloga Emanuela Alves; Doutorada em Neurociência pela UFRN-RN; Especialista em Neonatologia pela UNIFOR-CE; Especialista Oncologia Fonoaudiológica pelo A.C.Camargo-SP; Aperfeiçoada em NASF pela Fiocruz/Ministério da Saúde; Aperfeiçoada em Saúde do Idoso pela Fiocruz/Ministério da Saúde; Aperfeiçoada em Saúde Mental (Crack, Álcool e outras drogas) pela Fiocruz/Ministério da Saúde; e membro da Associação Brasileira de Doenças Neurológicas.

terça-feira, 26 de abril de 2016

Dicas de Saúde com a Drª Emanuela: No dia de combate à hipertensão, entenda a doença e previna-se.

Por Dra. Emanuela Alves


Hipertensão, usualmente chamada de pressão alta, é ter a pressão arterial, sistematicamente, igual ou maior que 14 por 9. A pressão se eleva por vários motivos, mas principalmente porque os vasos nos quais o sangue circula se contraem.

O coração e os vasos podem ser comparados a uma torneira aberta ligada a vários esguichos. Se fecharmos a ponta dos esguichos a pressão lá dentro aumenta. O mesmo ocorre quando o coração bombeia o sangue. Se os vasos são estreitados a pressão sobe. Estudos mostram que alterações auditivas podem ser secundárias à HAS e que poucas enfermidades são responsáveis por tão frequentes complicações como as que resultam da hipertensão arterial: acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca, renal e vascular periférica.

A hipertensão é tida como uma doença silenciosa, não apresentando nenhum sintoma. Porém, algumas pessoas apresentam dores de cabeça, tontura, zumbido, dor no peito e fraqueza, que podem ser sinais de alerta. O problema da hipertensão no Brasil é estimado mediante taxas estabelecidas em trabalhos internacionais, sendo que, com base em projeção do senso do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, existam hoje 90 milhões de brasileiros com idade superior a 20 anos. Tomando-se como 20% a prevalência da Hipertensão Arterial, conclui-se que no mínimo, 18 milhões de brasileiros sejam hipertensos, dos quais 50% ignoram serem portadores da doença. Todas as células vivas precisam de fornecimento adequado de oxigênio e nutrientes para manterem suas funções, e tal fornecimento depende da integridade funcional e estrutural do coração e dos vasos sanguíneos. Assim sendo, o comprometimento do aparelho circulatório pode prejudicar o funcionamento da orelha interna sendo que, dos mecanismos fisiopatológicos descritos é o aumento da viscosidade sanguínea, que acarreta uma diminuição do fluxo sanguíneo capilar e o transporte de oxigênio.

A patologia do aparelho circulatório pode afetar diretamente orelha interna de muitas maneiras, prejudicando uma série de habilidades do sistema auditivo, comprometendo o processamento do sinal acústico ou da fala e, consequentemente, a habilidade do indivíduo para a comunicação, além de levar o paciente à presença do zumbido. A associação entre o zumbido e a perda auditiva já foi bem descrita.

Segundo trabalhos, 85 a 96% dos pacientes com zumbido apresentam algum grau de perda auditiva, além da prevalência do zumbido aumentar com o decorrer da idade. O zumbido é considerado uma percepção de som sem que haja sua presença no meio ambiente. Consiste de uma sensação definida como ilusória que pode ser caracterizada como barulho semelhante ao ruído da chuva, do mar, de água corrente, de sinos, insetos, apitos, chiado, campainha, pulsação e outros. Esta sensação pode ser contínua ou intermitente, apresentar diferentes características tonais, ser intensa ou suave, além de ser percebida nos ouvidos ou na cabeça. A correlação positiva da perda auditiva com o zumbido pode ser justificada se considerarmos que a perda auditiva é o fator desencadeante d zumbido, uma vez que danos ou degenerações da orelha interna e do nervo vestibulococlear podem ser geradores deste.

Portanto, é bastante razoável assumir que a presença da DA aumenta o risco de o zumbido provocar interferência na concentração e no equilíbrio emocional ou que ela funcione como um co-fator desta interferência, isto é, que a nota de incômodo dada ao zumbido seja contaminada pelo incômodo causado pela perda auditiva associada. Muitas vezes a DA tem sido subestimada especialmente por profissionais não ligado à audiologia. Dessa forma, os encaminhamentos para avaliação audiológica não são realizados, e o seu portador não recebe os benefícios da reabilitação, o que afeta ainda mais sua qualidade de vida. Se você é hipertenso ou diabético e têm alguma queixa relacionada a audição, procure o fonoaudiólogo da sua cidade.

Por Emanuela Alves; Doutorada em Neurociência pela UFRN-RN; Especialista em Neonatologia pela UNIFOR-CE; Especialista Oncologia Fonoaudiológica pelo A.C.Camargo-SP; Aperfeiçoada em NASF pela Fiocruz/Ministério da Saúde; Aperfeiçoada em Saúde do Idoso pela Fiocruz/Ministério da Saúde; Aperfeiçoada em Saúde Mental (Crack, Álcool e outras drogas) pela Fiocruz/Ministério da Saúde; e membro da Associação Brasileira de Doenças Neurológicas.

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Estudante do Curso - Bacharelado em Administração, apresentador do Programa Radiofônico "O Legislativo em Ação", parceiro da Rádio Princesa 90FM, Redator da Coluna "Giro pela Cidade", Titular do Blog Angicos Noticias e blogueiro!